🔇Inventaram um cala-boca institucionalizado na F1
🤫 Sim, a mesma FIA que diz apoiar a luta pelos direitos humanos, é a mesma que proíbe os pilotos de falarem sobre política sem seu consentimento.
😐 hipocrisia
O universo da F1 é cheio daquele ditado brasileiro: “feito para inglês ver”. Na propaganda, muitos dizeres sobre respeito, diversidade, direitos humanos e muitos etcéteras. Na prática, a FIA faz questão de jogar tudo pelo tapete.
🤐 FIA proíbe manifestações de cunho religioso ou político sem aprovação prévia
🛞 BASTIDORES DO PADDOCK
Bastou Vettel ir se aposentar que a FIA já quis meter o bedelho onde ela é chamada, ignora e se faz de santa. Na última terça (20), a Federação Internacional do Automobilismo atualizou o Código Esportivo Internacional, colocando a seguinte regra: manifestação política ou religiosa? Só será feita sob autorização do órgão.
Isso não vale somente na F1, mas sim em todas as outras categorias cuja homologação é da FIA. Ela, a partir de 2023, de acordo com o Grande Prêmio, quer saber sobre o que os pilotos querem pintar em seus capacetes, colocar em suas camisas ou carros para, assim, emitir uma nota por escrito para eles, aprovando ou reprovando tais alterações.
Já era intenção da FIA. Veja histórico de manifestações
De acordo com o texto do artigo 12.2.1, qualquer manifestação que “fere o princípio da neutralidade” só será feita caso ocorra aprovação prévia da FIA. No entanto, essa decisão em si não assusta ninguém, já que desde 2020, quando as manifestações no Paddock tem sido mais comuns, principalmente as executadas por Vettel e Hamilton, têm sido reprimidas oficialmente pela FIA.
Em 2020, quando Hamilton subiu ao pódio no GP de Toscana, com uma camiseta preta com os seguintes dizeres: “Prendam os policiais que mataram Breonna Taylor”, em referência ao assassinato da jovem negra de 26 anos feito pela polícia durante investigações contra o seu ex-namorado, a FIA proibiu que pilotos subissem ao pódio sem se portar com o macacão fechado até o pescoço, inclusive nas entrevistas pós-prova.
Como dito, Vettel foi outro protagonista das manifestações promovidas por pilotos na F1. Em muitas delas, usava e abusava das referências do movimento LGBTQIA+ em seus capacetes, bonés e camisetas, principalmente em países, como o Qatar, cujas políticas incriminam práticas homossexuais. A atitude do piloto incomodou inclusive o presidente da FIA, Mohamed Ben Sulayem.
🙈 Evitar constrangimento de patrocinadores é um dos objetivos da FIA
De acordo com Julianne Cerasoli, colunista do UOL, no Pole Position. A FIA foi extremamente criticada por atualizar seu livro de regras, interferindo na liberdade de pilotos manifestarem como bem entenderem.
No entanto, segundo o posicionamento público da FIA, a mudança veio salientar “o alinhamento com a neutralidade política do esporte como elemento universal fundamental da ética do Movimento Olímpico, resguardado pelo Comitê Olímpico Internacional". O maior órgão do automobilismo mundial se mantém, segundo eles mesmos, com o objetivo de promover questões ligadas aos direitos humanos e contra a discriminação.
Segundo a colunista, o posicionamento da FIA é claro e busca evitar qualquer desconforto com os atuais patrocinadores da F1. Ainda mais, que a categoria, ano após ano, tem buscado expandir suas relações comerciais com países fora da Europa, principalmente com os do Oriente Médio.
Além disso, é bom salientar que a FIA não deixa claro exatamente sobre quais punições um piloto sofreria caso se manifestasse sem aprovação prévia. Seria uma advertência verbal? Pagamento de multa? Perda de pontos no campeonato? Enfim, pode ser qualquer coisa. Mais uma vez, a falta de transparência, como já foi relatado aqui no GRID, é evidente e abre caminhos para brechas e intervenções num campeonato, por exemplo.
⛽ pit stop
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Publicado originalmente em https://br.grid.racing em 23 de Dezembro, 2022.