🧐 2023 acabou na F1, mas vai deixar saudades?
O fim da temporada da F1 veio, mas será que o fã de automobilismo vai se lembrar como deste ano, como a época de domínio de um carro e de um piloto espetacular ou das nove equipes que foram mal?
🧪 testes
Agora, a F1 parte para os testes de pós-temporada em Abu Dhabi e para as últimas mudanças nos bastidores do paddock para o ano que vem.
🛞 PADDOCK
🛞 Domenicalli espera que as nove equipes da F1 estejam mais próximas da Red Bull no ano que vem
Em 2023, a Red Bull dominou amplamente o campeonato em que foi vitoriosa com seu piloto tricampeão mundial, Max Verstappen, e com o sexto título de construtores na história da Formula 1. Para [Stefano Domenicalli, o chefão da F1, o ano que vem terá um campeonato bem mais equilibrado do que o deste ano.
É bom lembrar que a equipe taurina venceu 21 das 22 (95,45%) corridas que fez neste ano e superou o histórico MP-4, da McLaren de Senna e Prost, que venceu 15 das 16 corridas em 1988 (93,75%).
Domenicalli deu parabéns ao Max pela conquista em entrevista à Sky Sports. “Ele estabeleceu algo impressionante em termos de maturidade, em termos de padrões, para a Red Bull. Mas, para aqueles que diziam que com o limite orçamentário você não pode desenvolver o carro, diria que a McLaren provou que isso não está certo. A McLaren lutou para passar do Q1 nas corridas iniciais, mas subiu para o quarto lugar no campeonato no final da temporada”, disse.
De acordo com o chefão da F1, a McLaren provou que mesmo com um orçamento limitado, uma equipe poderá chegar perto do ritmo de corrida dos favoritos e que os sábados mais equilibrados, com poles constantes para a Ferrari, bem como as boas classificações de McLaren e Mercedes podem indicar um ano que vem mais equilibrado no final de semana como um todo.
“Você vê [no] sábado, na classificação, 20 carros [com] menos de um 1s. Então, na classificação estamos muito, muito próximos. Claro, o ritmo de corrida é outra coisa, mas acho que será a principal diferença no próximo ano”.
Aos sábados, Verstappen realmente não foi tão ameaçador como no dia seguinte. Verstappen teve 12 poles ao todo no ano. Leclerc, cinco; Sainz, duas; Pérez, duas e Hamilton, somente uma.
Por fim, Domenicalli explicou que ainda tem um grande desafio pela frente que é “desenvolver a cultura da F1”, isto é, deixar um campeonato cada vez mais equilibrado no orçamento e na competitividade.
“Nosso foco é garantir que pessoas que são fãs como nós possam realmente acreditar no esporte, e também pessoas que realmente não são fãs ávidos, mas que amam o que estamos construindo, possam estar conectadas a nós. É nosso dever desenvolver a cultura da F1. Este é realmente o lindo desafio que temos. Tenho certeza de que esse é o objetivo de todas as equipes, tentar mostrar o nível de sua engenharia, o nível de sua capacidade e a capacidade de melhorar”, finalizou.
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❎ Até a Red Bull pensa o mesmo que o Domenicalli ao dizer que 2023 não se repetirá
De acordo com Christian Horner, chefe de equipe de Red Bull, 2023 foi um ano excelente, primoroso da companhia austríaca, mas garante que dificilmente este domínio, o maior da história da F1, se repetirá no ano que vem com a equipe, mesmo mantendo um gênio das pistas como Max Verstappen.
O dirigente inglês se ateve ao domínio da Mercedes, que foi desafiado no ano de 2021, quando Max foi campeão da F1 pela primeira vez, tendo um rival tão forte como o heptacampeão mundial, Lewis Hamilton.
“Vimos isso em 2020 com a Mercedes. Se lembrarmos, foi o ano mais dominante de todos, e ainda assim, conseguimos batê-los em 2021”, disse Horner e completou com: “Há uma mudança sutil nas regras, mas acho que ninguém vai ficar parado. Vimos rivais se aproximando em locais diferentes, e tenho certeza de que os conceitos convergirão.”
Ainda disse sobre os regulamentos, que podem criar um certo “efeito sanfona” no campeonato. “Regulamentos estáveis sempre criam um efeito sanfona. Não acho que vamos repetir a temporada que tivemos, mas espero que seja possível pegar lições do RB19, aplicá-las ao RB20 e ter um carro com o qual sejamos capazes de defender esses títulos”, disse.
Outro ponto que o chefe da Red Bull mostrou capacidade de reflexão foi sobre as classificações da equipe, que não foram tão dominantes como nos dias de corrida. Afinal, Ferrari, McLaren e Mercedes tiveram seus pilotos como pole positions.
“Foram pessoas diferentes em momentos diferentes. Variou com a McLaren tendo uma melhora, a Ferrari tendo uma melhora, a Mercedes aparecendo num determinado ponto, então oscilava de local para local”, completou.
Ainda, Horner citou que a derrota em Singapura para Sainz tem uma certa importância para a equipe, pois traz maior humildade por entender que há ainda um campeonato em jogo.
“Faz você ser humilde por ainda haver algo pelo qual lutar e é uma importante lição sobre como as coisas podem mudar rapidamente. Singapura foi um fim de semana de destaque. Vocês me perguntavam desde a terceira corrida se achávamos que seríamos capazes de vencer todas as corridas do ano. Vencer 21 das 22 é uma loucura”, completou.
Em suma, Horner foi categórico e elogioso ao dizer sobre o carro da Red Bull de 2023 e destacou que dificilmente será esquecido na história.
“Max liderar mais de mil voltas, vencer 19 corridas, quebrar o recorde da McLaren de 1988, quebrar o de Seb [Vettel] de 2013, a proporção de vitórias, todas as porcentagens que ele atingiu… Este carro certamente ficará na história por um período considerável de tempo como o de maior sucesso da Fórmula 1″, concluiu.
⚫ Hamilton havia notado problemas na construção do W14: “ninguém sabia consertar”
Desde a temporada difícil de 2022, quando o carro da Mercedes ficou bastante perdido com o novo regulamento, que Hamilton não consegue vencer uma corrida na F1. Na verdade, a última corrida vencida pelo piloto heptacampeão foi no GP da Arábia Saudita de 2021. No segundo ano consecutivo do novo regulamento, a Mercedes faz mais um carro errático para a temporada e o veterano inglês notou os problemas do W14 logo no primeiro teste.
Em entrevista à rede britânica, BBC, Hamilton percebeu que o ano seria mais uma vez ruim.
“Lembro de ter sentido exatamente a mesma coisa que em 2022. Definitivamente, não era algo bom de sentir, eu tinha esperanças grandes. Em fevereiro, quando começamos a ver para onde o carro estava indo, fiquei um pouco mais apreensivo porque, no ano passado, era aquilo de ‘o carro é incrível, é único, ninguém vai ter nada igual. E aí veio o primeiro teste…”, iniciou o heptacampeão.
De acordo com Hamilton, o principal problema foi que a Mercedes não o ouviu sobre as mudanças que eram para ter sido feitas neste ano. Nos primeiros testes, Hamilton percebeu que o caminho escolhido para o monoposto foi equivocado por parte da equipe alemã.
“Então, estava mais cauteloso enquanto ouvia as explicações e fiquei tipo: ‘vamos ver’. E então, o carro teve todos esses problemas. Simplesmente soube que seria um longo ano. Certamente fiquei frustrado, porque pedi por determinadas mudanças e elas não foram feitas. Ninguém sabia exatamente qual era o problema. Ninguém sabia consertar. Com a experiência do ano anterior, simplesmente me esforcei em termos de me aprofundar e sentar com os caras [engenheiros e mecânicos]”, declarou.
Hamilton, mesmo tentando estar mais positivo para a temporada, admitiu que não ter sido ouvido o frustrou bastante. “Estávamos tendo reuniões muito melhores. Pude me tornar mais positivo durante o ano e pensar: ‘será uma longa temporada, mas não vamos desistir. Vamos continuar forçando para tirar o máximo do carro, qualquer que seja’.
“Acho que, para esse ano, eles pensaram: ‘temos bons fundamentos, só precisamos evoluir’. E não era o caso. Foi por isso que fiquei frustrado em fevereiro, porque não fizeram as mudanças que pedi, completou.
Por fim, Hamilton disse claramente que a Mercedes não sabia como resolver os problemas do carro. Como o carro era bastante imprevisível, a cada defeito novo, um desânimo maior se apresentava na equipe e nos pilotos.
“Não tínhamos uma direção a seguir no início do ano, não sabíamos exatamente em que direção trabalhar. Tem sido um zigue-zague e tanto para tentarmos entender onde precisamos estar. De vez em quando, algo positivo acontece. Você pensa: “ok, é isso”. E então, tudo muda. O objetivo está sempre se movendo, o que é normal”, finalizou.
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🫥 Ainda remói a final de 2021. Hamilton admite que cogitou aposentadoria após Abu Dhabi 2021: “Momento difícil”.
🤡 Falta de convicção sobre a performance. Hamilton confessa que se questionou por fase ruim na Mercedes: “Sou eu ou carro?”.
🟠 Mudanças na Laranja Mecânica. McLaren anuncia Stephanie Carlin como nova diretora de operações comerciais na F1.
🏇 Bem no fim deste ano. Leclerc vê Ferrari nos trilhos “desde o Japão” apesar de “distância grande” para Red Bull.
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Publicado originalmente em https://br.grid.racing/ em 30 de novembro de 2023